terça-feira, 11 de agosto de 2009

As drogas e seus efeitos sociais II - Reportagem do "Cosmo On Line"


Oferta e consumo de droga acontece à luz do dia
Está disseminado por quase todos os pontos decadentes do Centro, onde o espaço público sucumbe ao vandalismo
09/09/2008 - 16h36

Marcelo Villa
Da Agência Anhangüera


Bem perto dos hotéis que exploram a prostituição, o tráfico de drogas. Do lado de fora de um bar no Terminal Central, três adolescentes ficam em pé, encostados na parede, em um local com pouca luz, como se estivessem esperando por algo ou alguém.

Questionado sobre onde é possível comprar cocaína, um deles coloca a mão no bolso e retira um punhado de papelotes de pó branco. Diz que vende a R$ 10,00 cada porção de um grama e pergunta “quantos” vou querer. Desconverso, recuso a oferta com a desculpa de que preciso “arrumar” dinheiro e vou embora para não mais voltar. Mas o tráfico não se restringe ao entorno do terminal de ônibus.

Está disseminado por quase todos os pontos decadentes do Centro, onde o espaço público sucumbe ao vandalismo e à falta de policiamento. A Praça Ópera A Noite no Castelo, entre a Rua Culto à Ciência e o Terminal Mercado, é um exemplo desse abandono. Está quase sempre ocupada por usuários de crack e maconha à luz do dia, confirmam moradores da região.

No espaço público que homenageia uma das primeiras obras líricas do maestro campineiro Carlos Gomes, limite entre o bairro Botafogo e o Centro, o cheiro característico de cigarro de maconha está no ar. A boca-de-fumo reúne usuários ao lado da Radial Penido Burnier, em frente aos pontos de vans que operam linhas intermunicipais da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Na outra extremidade da praça, com acesso pela Rua Dr. José Salles de Oliveira, são consumidores de crack que ocupam o local. Em uma simples tentativa de aproximação, a reportagem é abordada com pedido de dinheiro. “Moço, você tem R$ 1,00 para me arrumar?”, apela um rapaz com estado de consciência visivelmente alterado. A conversa prossegue. Digo que não tenho dinheiro naquele momento, mas gostaria de saber se é possível comprar droga. Recebo resposta afirmativa e sou convidado a acompanhá-lo. O rapaz fala de me levar “perto da rodoviária”, onde poderia comprar “mela” (crack) ou “óleo” (haxixe). Recuso a oferta e me afasto do grupo. Definitivamente, a praça com nome de ópera é um teatro mal-assombrado.

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